Você conhece ou já ouviu falar sobre Padre Antônio Henrique?!
Conheça sobre o jovem padre da Arquidiocese de Olinda e Recife que virou mártir das juventudes e tem seu nome homenageado em diversos projetos e organizações.
ANTÔNIO HENRIQUE PEREIRA DA SILVA NETO
DATA E LOCAL DE NASCIMENTO: 28/10/1940, Recife – PE.
FILIAÇÃO: Isaíras Pereira da Silva e José Henrique Pereira da Silva Neto.
ATUAÇÃO PROFISSIONAL: padre e educador.
ORGANIZAÇÃO POLÍTICA: não era filiado a partido político.
DATA E LOCAL DA MORTE: 27/05/1969 no Recife – PE
BIOGRAFIA
Natural da cidade do Recife (PE), o primogênito dos doze filhos do casal José Henrique Pereira da Silva Neto e Isaíras Pereira da Silva nasceu na manhã de 28 de outubro de 1940, recebendo o nome de Antônio Henrique Pereira da Silva Neto, em homenagem ao avô paterno. Criança ativa e inteligente alfabetizou-se aos cinco anos de idade. Foi matriculado pela primeira vez no Grupo Escolar Martins Júnior, no bairro da Torre. Posteriormente, foi para o Ginásio da Madalena onde cursou todo o primeiro grau. Em 1955, com 15 anos, matriculou-se no Colégio Salesiano para o Curso Científico (atualmente ensino médio) onde estudava no período noturno. Pela manhã exercia atividade de office-boy no City Bank.
Logo após a sua ordenação foi convidado por Dom Helder Câmara a assumir a Pastoral da Juventude, sendo orientador espiritual de jovens universitários e secundaristas. Aberto aos tempos modernos, não usava batina, salvo em cerimônias de ritual católico. Como padre, não cobrava pelos serviços, pois dizia: “a palavra de Deus não tem preço”.
Trabalhava como professor, em três colégios da cidade do Recife: Colégio Marista, Colégio Vera Cruz e Colégio Municipal do Recife. Dotado de vasta cultura, apreciava música erudita e popular e o artesanato local. Realizou missões eclesiásticas em outros estados brasileiros e em outros países, tais como, Estados Unidos, Argentina, Paraguai, Chile, Uruguai e Peru. Poliglota, falava e escrevia fluentemente os idiomas estrangeiros – inglês, francês e espanhol, além de fazer anotações em grego e hebraico.
Na condição de coordenador da Pastoral da Arquidiocese de Olinda e Recife, desenvolveu meritória atividade de inclusão social na recuperação de jovens toxicômanos, especializando-se em problemas da juventude. Nunca militou em partidos políticos. No entanto, tinha convicções políticas contrárias aos métodos de repressão utilizados pelo regime militar após o golpe civil-militar de 31 de março de 1964, tendo inclusive celebrado, no Recife, a missa em memória do estudante Edson Luiz de Lima Souto, secundarista assassinado por policiais militares, durante confronto no restaurante Calabouço, no centro do Rio de Janeiro, em 28 de março de 1968.
Ainda no ano de 1968, pelos trabalhos de denúncia da repressão e defesa da justiça social, desenvolvidos com Dom Helder Câmara, e pelo trabalho político de esclarecimento e conscientização dos jovens, passou a ser perseguido e considerado “subversivo” pelos setores conservadores. Na noite de 26 de maio de 1969, após reunião com pais e alunos na casa de um deles foi visto vivo pela última vez, no largo do Parnamirim, no Recife, entrando numa Rural Willys de cor verde e branca. Na manhã do dia seguinte, seu corpo foi encontrado, com marcas de tortura e execução, por um vigilante, em terreno baldio, na Cidade Universitária, no Recife.
Texto retirado do relatório da Comissão de Verdade. Relator: Henrique Mariano. Sub-relatores: Gilberto Marques e Nadja Brayner. Clique aqui para acessar relatório completo.